sábado, 15 de outubro de 2011

Opositores cubanos despedem-se de líder das Damas de Branco

AFP

HAVANA, Cuba — Cerca de 30 Damas de Branco, ex-presos políticos e opositores cubanos se reuniram neste sábado de manhã na casa de Laura Pollán em Havana para dar o último adeus à líder desse grupo de mulheres, morta na sexta-feira após uma parada cardiorrespiratória.
"O funeral durará três dias, até segunda-feira. Vamos orar e quem desejar pode assinar o livro de condolências", declarou à AFP o marido de Pollán, o ex-preso político Héctor Maseda, em sua casa no bairro de Centro Havana, quartel-general das Damas.
Pollán, 63 anos, morreu na sexta-feira à noite no hospital Calixto García de Havana, onde tinha sido internada havia uma semana com insuficiência respiratória, agravada por sua diabetes e hipertensão.
Frente a um quadro de Pollán, colocado sobre uma mesa forrada de branco e com a bandeira cubana e coroas de flores, as Damas de Branco, grupo formado em 2003 por mulheres de presos políticos, oravam por sua líder, dirigidas pelo pastor protestante Ricardo Medina.
"Para nós, é uma perda irreparável, mas esteja onde estiver, as Damas de Branco continuarão na luta pelos presos políticos", disse outra líder do grupo, Berta Soler.
Maseda explicou que o corpo de Pollán "foi cremado, segundo sua vontade", e uma parte das cinzas será depositada por sua filha, Laurita, no túmulo da família no município de Manzanillo, na província de Granma, 750 km a sudeste de Havana.
Também neste sábado, o presidente americano Barack Obama lembrou o trabalho de Pollán em busca da liberdade.
"Pollán e a silenciosa dignidade das Damas de Branco deram voz de forma valente ao desejo dos cubanos e de todo o mundo de viver em liberdade", afirmou o presidente em um comunicado.
"As orações do presidente (Obama) estão com a família, amigos e colegas de Laura Pollán", afirmou o comunicado da Casa Branca.
O governo americano reconheceu que, "através de suas ações valentes, as Damas de Branco conseguiram chamar a atenção sobre o sofrimento daqueles que foram injustamente mantidos em prisões cubanas e impulsionaram as autoridades a libertar os prisioneiros políticos".

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