O primeiro-ministro da Itália, Mario Monti, apresenta nesta segunda-feira (5) ao parlamento italiano o plano que seu gabinete aprovou no domingo (4) e que tem o objetivo de tirar o país da crise. Monti fará a defesa das medidas de austeridade incluídas no plano e reforçará o recado que deu ao divulgar as medidas. "Se não aprovarmos, a Itália entrará em colapso como a Grécia".
Dos 30 bilhões de euros aprovados no pacote, 20 bilhoes de euros serão usados como medida estrutural para estimular a economia entre 2012 e 2013 e 10 bilhões serão colocados de volta na economia por meio de medidas para promover o crescimento, incluindo cortes no custo do trabalho e incentivos para integrar mais mulheres e jovens no mercado de trabalho.
O plano foi apresentado um dia antes da reunião que acontecerá entre os líderes da França e da Alemanha para fechar um acordo para aumentar a integração financeira na zona do euro, que será apresentado a uma cúpula europeia na sexta-feira (9). No encontro deste domingo, Monti reiterou sobre a gravidade da crise e que a Itália fará uma "multidão de sacrifícios" para resolver o problema. Segundo o primeiro-ministro, os problemas da Itália se devem principalmente ao deficit público de 1,9 trilhão de euros e a décadas de políticas marcadas por visão de curto prazo no período que antecedeu a adoção do euro
Monti afirmou ainda que o governo vai taxar ativos financeiros mantidos pelas famílias, medida que, segundo ele, será aplicada em toda a Europa. Segundo Monti, a Itália apoia um imposto europeu sobre operações financeiras. De acordo com o premiê há uma previsão de que haja uma queda no PIB da Itália em 2012 de 0,4% a 0,5% e crescimento zero em 2013.
O novo orçamento aprovado pelo gabinete inclui corte de 24 bilhões de euros para equilibrar as contas públicas até 2013. O anúncio gerou revolta do sindicato dos trabalhadores do setor de metalurgia e mecânica Fiom-CGIL, que ampliará uma greve no setor na Itália de quatro para oito horas, em 16 de dezembro. As medidas oficiais "atingem muito duramente os trabalhadores", afirmou Landini. "É por isso que pedimos à nossa liderança nacional que amplie a greve de quatro para oito horas, e ela não será mais somente contra a Fiat, mas também contra esse orçamento."
A chanceler alemã Angela Merkel e o presidente da França Nicolas Sarkozy se reunirão nesta segunda-feira (5) para fechar um plano de integração entre países da zona do euro. O primeiro-ministro italiano declarou nesta segunda, em encontro com o primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, que deseja uma Europa mais unida, "que não se disperse e se mantenha integrada", apesar das qualidades específicas e próprias de cada país.
Nenhum comentário:
Postar um comentário