quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Polícia prende seis em operação contra esquema que lavou R$ 80 mi do tráfico

R7
Ao todo seis pessoas foram presas durante a operação da Polícia Civil para desarticular um esquema de lavagem de dinheiro do tráfico de drogas, comandado por uma das maiores facções criminosas do Rio. A ação aconteceu nesta quarta-feira (7) em diversos pontos da cidade e em Belo Horizonte onde quatro suspeitos foram presos. Os outros dois integrantes da quadrilha já cumpriam pena em penitenciárias do Rio.

A ação teve como objetivo cumprir seis mandados de prisão e 24 de busca e apreensão contra pessoas acusadas de envolvimento com a lavagem de dinheiro proveniente do tráfico de drogas.

De acordo com o delegado Pedro Medina, titular da DCOD (Delegacia de Combate às Drogas), a operação atingiu o esquema chefiado pelo traficante Marcelo da Silva Soares, o Macarrão, preso pela Polícia Civil em agosto desse ano, em Manguinhos, comunidade da zona norte do Rio.

- Quatro pessoas foram presas no Estado de Minas Gerais, entre elas o gestor do esquema, Heitor Fernando Carneiro da Silva, e foram cumpridos mandados de prisão contra Macarrão e o irmão dele Marco Aurélio da Silva Soares, o Cocadinha, já presos.

Participam da operação agentes do Núcleo de Combate à Corrupção e Lavagem de Dinheiro, da DCOD e da Core (Coordenadoria de Recursos Especiais) da Polícia Civil.

As investigações começaram em maio deste ano. Policiais da Delegacia de Maricá (81ª DP) apreenderam depósitos bancários e um caderno com anotações com a movimentação financeira da venda de entorpecentes de comunidades do município da região metropolitana, comandada por Cocadinha.

Os dados foram encaminhados para o Laboratório de Lavagem de Dinheiro da Polícia Civil, que conseguiu verificar, através de sistemas de dados, que o dinheiro da venda de entorpecentes estava sendo depositado em pequenas quantias nas contas de ao menos quatro empresas de Minas Gerais. Segundo as investigações, as quantias passavam ainda por outras contas correntes, antes de voltarem para a mão dos traficantes. A quadrilha atuava desta forma há pelo menos 4 anos.

Para que o esquema desse certo, os bandidos cooptavam moradores do Complexo do Alemão para que fizessem esses depósitos. Essas pessoas recebiam uma quantia ainda não revelada pela polícia para realizar o serviço. Parte do grupo foi identificado e algumas casas do conjunto de favelas foram alvos de buscas nesta quarta-feira (7).

Na semana passada, oito suspeitos foram presas no Rio e em outros quatro Estados, suspeitas de integrar uma quadrilha comandada pelo traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, preso numa penitenciária Federal de segurança máxima. Segundo a polícia, em um ano, o grupo lavou R$ 62 milhões obtidos com o tráfico de drogas.

Na ocasião, a operação foi desencadeada a partir de retalhos de papel manuscritos por Beira-Mar, encontrados durante a ocupação do Complexo do Alemão, em novembro do ano passado.

Os policiais descobriram, entre outras coisas, a existência de uma espécie de terceiro setor, integrado por pessoas físicas e jurídicas, sediadas em Foz do Iguaçu, Mato Grosso do Sul e Belo Horizonte, que tinham como função dar aparência de legalidade ao dinheiro obtido com o tráfico de drogas.

Para não levantar suspeita, a estratégia da quadrilha era dividir o dinheiro em depósitos com valores baixos.

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